A Internet está mudando o seu modo de pensar?

Anualmente o empresário John Brockman, mentor da Edge Foundation formula uma pergunta via Internet, a uma vasta rede de cientistas, intelectuais e artistas e divulga as respostas no ” The World Question Answer”.

  1. Qual a invenção mais importante dos últimos 2 mil anos?
  2. O que você acredita ser verdade, mas não tem como provar?
  3. O que mudou sua cabeça nas últimos tempos?
  4. Que inventos ou ideias científicas poderiam mudar tudo a nossa volta?
Livro: Como a mente funciona
Autor: Steven Pinker

Algumas respostas…

  • A Internet mudou o modo de organização de materiais.
  • Ainda somos o que milhões de anos de seleção natural forjaram lembrando alguns alheios ao mundo virtual, que não obstante pensam do mesmo jeito que os internautas.
  • Ainda é cedo para dizer.
  • Ainda precisamos descobrir o preço da onisciência.
  • A Internet é ótima para pessoas desorganizadas (apegada a anotações e recortes de jornais e revistas, que sempre receiam perder, e às vezes perde).
  • Meus dedos agora fazem parte do meu cérebro (consequências cognitivas dessa incorporação).
  • O celular afetou mais o cotidiano das pessoas do que a Internet.
  • É o fim de quase tudo, de uma tabula rasa de todo e qualquer artefato impresso.
  • Os jornalistas terão o mesmo destino que tiveram os limpadores de chaminé, e para os livros, a mesma sorte dos códices e papiros. Na Wikipedia o livro aparece apenas como um verbete.
Livro: You are not a gadget: a manifesto
Autor: Jaron Lanier

“A nova e radical epistemologia que desmonta nossa habitual maneira de pensar, desafia nossas antigas certezas e estimula o compartilhamento de sabores e o surgimento de um: consciente coletivo”

John Brockman
  • Uma das maiores realizações da espécie humana.
  • Imprecisão das informações veiculadas.
  • Navegar pode ser viciante e muitas vezes uma ” prodigiosa perda de tempo” por encorajar o hábito de borboletar de tópico em tópico, em vez de explorar uma coisa de cada vez.
  • Penso mais rápido atualmente, mas a Internet não afetou minha maneira de pensar. Ainda não senti uma epifânia diante do monitor.
  • Minha vida e minhas ideias sempre foram afetadas por pessoas, lugares e experiências não virtuais – e assim continuam.
  • Inegável importância na luta pela liberdade em regimes autoritários, no socorro às vítimas de tragédias naturais e até no registro de ações criminosas.
  • Virou um reflexo das misérias do mundo, um ambiente dominado por russos, ucranianos, nigerianos e outros traficantes de vírus, spams e ladrões de senhas.
  • A Internet é como a maçã do gênese, o fruto proibido do saber. Mas não tem certeza se viverá o bastante para descobrir se ela, afinal, nos levará ao paraíso ou ao inferno.
  • A Internet roubou meu corpo, que hoje é uma forma sem vida curvada diante de um monitor.
  • Aumentamos o nosso poder de decisão e aprendemos usar o tempo de forma mais eficiente, navegando na infovia.
  • Ficou ” mais esperto” e fez da Internet a sua memória e do navegador uma extensão do seu corpo.
  • Minhas sinapses melhoraram bastante, o raciocínio digital aprimorou-as.
  • Um cineasta vanguardista produz imagens sem se preocupar com os problemas habituais de distribuição.
  • Orgulha-se de ter passado a pensar mais em termons de “ambos/e” do que “e/ou” e “nem/não”.
  • A Internet ensinou a definir melhor, evoluir e crescer. Ela é social, um modo de vida, contextualizada e traz felicidade.
  • A vida online nada tem de solitária.
  • Se o tema do Iluminismo foi a independência, o da Internet é a interdependência. Estamos todos conectados, humanos e máquinas. Chegamos à era do enredamento.
  • Descrê de mudanças em nossa maneira de raciocinar, mas não em nosso modo de agir.
  • Incentivo da Internet à generosidade e ao altruísmo, mas se queixa de um efeito colateral: fiquei mais impulsivo.
  • Piorou meu caráter. Virei um ressentido, um reacionário.
  • Suspeita que a Internet acabe impondo um novo Darwinismo, um novo tipo de seleção natural, não dos mais fortes, mas do mais atentos, dos que possuem maior poder de concentração e filtragem de dados.
  • Ciberlumpenproletariano, na qual enquadra todos aqueles engolfados pelo tufão dos sites de fofocas, dos videogames idiotizantes, dos blogs populistas e xenófobos e das rede sociais dominadas por bullies e cretinos.

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